APRENDIZADO
O sistema Braille é usado em algumas situações para facilitar a pessoa cega quando do processo de ensino-aprendizagem. Para o processo educacional, ler é fundamental, e para o indivíduo cego principalmente por que a leitura lhe proporciona através do ouvir ou do contato, informações que chegaram a sua mente sem passar pelos seus olhos.
A pessoa que enxerga tem o sentido da visão como um forte aliado para a aprendizagem, já o indivíduo cego o compensa por diversas formas mais uma das principais maneiras é através da leitura. Devido à importância da leitura para a vida dos indivíduos que não são videntes, o conhecimento do Sistema Braille contribui para o seu aprendizado.
A pessoa que enxerga tem o sentido da visão como um forte aliado para a aprendizagem, já o indivíduo cego o compensa por diversas formas mais uma das principais maneiras é através da leitura. Devido à importância da leitura para a vida dos indivíduos que não são videntes, o conhecimento do Sistema Braille contribui para o seu aprendizado.
HISTÓRIA
Louis Braille foi um brilhante jovem francês que ao
manejar ferramentas do pai perdeu a visão de um dos olhos. Decorrente da
infecção do ferimento o outro olho também foi comprometido. Como mencionado ele
era brilhante e conseguia memorizar todas as lições na escola. Com isto foi
chamado para ingressar uma instituição para cegos. Esta que era de Valentin
Haüy (um dos grandes defensores do ensino para os cegos). Nesta escola havia
uma confecção de livros para ele com as letras em relevo. Mas isto deixava os
livros pesados. Nesta instituição ele conheceu um método de leitura por pontos
que era muito complexo (sonografia), o que já deu um embasamento na sua futura
criação. Outro embasamento foi seu conhecimento musical (pois era violoncelista
e organista, tornando-se músico depois) que fez com que criasse um aparelho
para ler partituras. Mas quando foi instigado por Alphonse Thibaud (conselheiro
comercial do estado francês) para criar um método de leitura que permitisse a
escrita e leitura dos cegos é que fez surgir o método Braille.
O método pode-se dizer que foi uma construção a partir
de 1825 (com a união da sonografia, o conhecimento musical e a instigação feita
a Louis Braille) culminando em 1837 que definiu a proposta definitiva do
sistema. Este método consistia num código composto por uma combinação de pontos
dispostos em uma célula de três linhas e duas colunas. Por meio da combinação
destes símbolos, o deficiente visual pode realizar a leitura e a escrita de
qualquer tipo de texto.
Hoje em dia existem máquinas para escrever textos em
Braille e também computadores que com um comando de voz o texto é adaptado para
este código.
Mesmo
sem poder enxergar o mundo com os olhos físicos, podem produzir conhecimento e
“ver” o mundo sentindo-o a sua maneira.
O MÉTODO
Constituído por 63 sinais (+ 1 espaço) que são
obtidos pela combinação de seis pontos. Estes seis pontos são agrupados em duas
colunas verticais e 3 linhas horizontais.
Para a escrita em Braille recorremos a alguns
recursos tecnológicos: Papel Sulfite 40, Reglete com Punção, Máquina Perkins,
Programa Especial (Braille fácil) e Impressora Braille.
A leitura do Braille é feita através do tato
manual, para isso é preciso um trabalho de sensibilização, onde com um simples
toque a pessoa cega pode fazer a leitura.
Máquina Perkins
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Escrita com o reglete
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Impressora Braille
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BRAILLE NO BRASIL
O
Brasil foi o primeiro país da América Latina a adotar o Sistema, em 1854. O
ensino do Braille foi introduzido em nosso território por um brasileiro chamado
José Álvares de Azevedo, que nasceu cego e estudou pelo método Braille na
França. Porém, o patrono da educação de cegos no Brasil faleceu aos vinte anos,
seis meses antes da inauguração da primeira escola de cegos fundada por ele, no
Rio de Janeiro. Enfim, a introdução total do Braille foi então sendo feita
através das adaptações necessárias a cada língua ou dialeto, de uma forma
desordenada.
O ALFABETO
CURIOSIDADES
1 – Dia
04 de janeiro é o dia mundial do Braille em homenagem a Louis Braille.
2 – Segundo o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no censo realizado em
2010, os dados revelam que no Brasil existem 6.585.308 de pessoas com
deficiência visual. Deste total, 582.624 pessoas possuem cegueira e 6.056.684
possuem baixa visão. O número representa 3,5% dos brasileiros, ou seja, a
deficiência com maior incidência na população do país.
3
– Como sonham os deficientes visuais?
Existem poucas pesquisas e estudos no que concerne a
este assunto. Mas pode-se dizer que os cegos de nascimento ou aqueles que
perderam a visão na mais tenra idade, não sonham com imagens. Em seus sonhos há
a fala, o sentir, o escutar, a sensação do cheiro e o de saborear.
Aqueles que perderam a visão com mais idade podem ter
imagens em seus sonhos, porém acredita-se que com o passar do tempo estas
imagens vão ficando diluídas até quase se perderem.
Observem algumas falas:
Angela Marín, 27 anos. Cega total de
nascimento.
“Em meus sonhos não vejo, porém em
ocasiões posso cheirar. Já sonhei que comia e que podia cheirar, saborear a
comida”.
Víctor Hugo Vargas. 37 anos, cego desde os 20 anos.
"Eu vi durante muito tempo, então
tenho uma lembrança clara e precisa de algumas coisas, mas existem outras
imágens que se vão perdendo em minha mente como uma bruma. Em muitos de meus
sonhos eu posso ver, mas nem sempre sonho que vejo. Às vezes em meus sonhos
existem simplesmente recordações sonoras. Tenho sonhos onde não lembro se vi ou
não. Mas existem outros sonhos onde vejo claramente, por exemplo, há pouco
sonhei que estava lendo um jornal. Geralmente meus sonhos são relacionados à
paisagens ou acontecimentos de todo tipo."
LEGISLAÇÃO
Lei nº 4.169, de 04/12/1962
- Oficializa
as convenções Braille para uso na escrita e leitura dos cegos e o Código de
Contrações e Abreviaturas Braille.
Art.1º São oficializadas e de uso obrigatório em todo o
território nacional, as convenções Braille, para uso na escrita e
leitura dos cegos e o Código de Contrações e Abreviaturas Braille,
constantes da tabela anexa e aprovados pelo Congresso Brasileiro
Pró-Abreviatura Braille, realizado no Instituto Benjamin Constant, na
cidade do Rio de Janeiro, em dezembro de 1957.
Art. 2º A utilização do Código de Contrações e Abreviaturas Braille
será feita gradativamente, cabendo ao Ministro da Educação e Cultura, ouvido o
Instituto Benjamin Constant, baixar regulamento sobre prazos da obrigatoriedade
a que se refere o artigo anterior e seu emprego nas revistas impressas pelo
sistema Braille no Brasil, livros didáticos e obras de difusão cultural,
literária ou científica.
Art. 3º Os infratores da presente lei não poderão gozar de
quaisquer benefícios por parte da União, perdendo o direito aos mesmos aqueles
que os tenham conseguido, uma vez verificada e comprovada a infração pelo Instituto
Benjamin Constant.
Art. 4º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
DICAS
Braille Virtual 1.0 – Curso virtual do Sistema
Braille difundido pela Universidade de São Paulo (USP) muito instrutivo e de
fácil acesso:
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