Aprendizagem e Potencialidade

Ao que parece o educador deve ter uma sensibilidade e preparo adequado para lidar com os sujeitos portadores de necessidades educacionais especiais. E no caso mais específico fica claro que a DV é uma deficiência que incapacita o uso de um dos sentidos que são de extrema valia para o processo de ensino-aprendizagem: a visão.

Portanto todos os envolvidos devem utilizar-se das potencialidades do sujeito. Fazendo com que haja estímulo dos demais sentidos num processo de sensibilização do olfato, tato e audição para compensação do sentido ausente. Tanto docência como a instituição escola devem estar preparadas para estas especificidades e estímulos aos discentes PNEE´s.

"As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, linguísticas ou outras. Neste conceito devem incluir-se crianças com deficiência ou superdotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações imigradas ou nômades, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais" 


Declaração de Salamanca, UNESCO, 1994 



O ALUNO DEFICIENTE VISUAL 




Talvez uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo portador de deficiência visual resida na falta de uma compreensão social mais profunda a respeito das reais implicações da cegueira, ou da visão subnormal. 

É freqüente encontrarmos níveis bastante baixos de expectativa com relação ao rendimento acadêmico do deficiente visual. 

O fato, motivado pelo desconhecimento das possibilidades da pessoa que tem essa deficiência gera, muitas vezes, a falsa convicção de que à deficiência visual se vinculam sempre dificuldades de aprendizagem e até mesmo de déficit intelectual.


Como conseqüência, ocorre, não raro, encontrarmos crianças portadoras de visão subnormal sendo tratadas como se fossem cegas ou, quando não, identificadas como deficientes mentais, sem qualquer estimulo para melhor utilização de sua visão remanescente ou de oportunidade para o desenvolvimento de suas potencialidades. 


Estudos têm demonstrado, porém, que, do ponto de vista intelectual, não há diferença entre o deficiente "visual" e as pessoas dotadas de visão. A potencialidade mental do indivíduo não é alterada pela deficiência visual. O seu nível "funcional", entretanto, pode estar reduzido, pela restrição de experiências que, adequadas às suas necessidades de maturação, sejam capazes de minimizar os prejuízos decorrentes do distúrbio visual. 

Essa ausência de estimulação ou "restrição de experiências" pode ameaçar o desenvolvimento normal do processo educativo da criança privada de visão, principalmente naqueles aspectos relacionados às habilidades que envolvem a utilização dos canais visuais, tais como os aspectos ligados às áreas de aquisição de conceitos, orientação, mobilidade e controle do ambiente.

A percepção do mundo, pela criança visualmente prejudicada, é obtida através dos seus sentidos remanescentes e as pistas por eles fornecidas podem levar a informações incompletas, originando, multas vezes, conceitos diferentes daqueles obtidos e utilizados pelos que possuem uma visão normal.



Adaptações educacionais para os Deficientes Visuais 

• A educação da criança deficiente visual pode se processar por meio de programas diferentes, desenvolvidos em classes especiais ou na classe comum, recebendo apoio do professor especializado;
• As crianças necessitam de uma boa educação geral, somada a um tipo de educação compatível com seus requisitos especiais, fazendo ou não, uso de materiais ou equipamentos de apoio. 


• A educação do deficiente visual necessita de professores especializados nesta área, métodos e técnicas específicas de trabalho, instalações e equipamentos especiais, bem como algumas adaptações ou adições curriculares;
• A tendência atual da educação especial é manter na escola comum o maior número possível de crianças com necessidades educativas especiais;
• Cabe à sociedade a responsabilidade de prover os auxílios necessários para que a criança se capacite e possa integrar-se no grupo social.

Princípios da Educação do Deficiente Visual

• Individualização
• Concretização
• Ensino Unificado
• Estímulo Adicional
Auto Atividade

Estimulação dos sentidos

• Estimulação visual
• Estimulação do
tato
• Estimulação auditiva
• Estimulação do
olfato e do paladar






“A brincadeira é a vida da criança e uma forma gostosa para ela movimentar-se e ser independente. Brincando, a criança desenvolve os sentidos, adquire habilidades para usar as mãos e o corpo, reconhece objetos e suas características, textura, forma, tamanho, cor e som. Brincando a criança entra em contato com ambiente, relaciona-se com o outro, desenvolve o físico, a mente, a autoestima, a afetividade, torna-se ativa e curiosa.”
Mara Oliveira Campos

Referências 

SIAULYS, Mara O. de Campos. Brincar para todos. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005.
NUERNBERG, Adriano Henrique, Contribuições de Vigotski para a educação de pessoas com deficiência visual. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722008000200013&script=sci_arttext&tlng=e Acesso em: 14/01/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário